ATA DA QÜINQUAGÉSIMA QUINTA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 01-08-2002.

 


Ao primeiro dia do mês de agosto de dois mil e dois, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi efetuada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Ervino Besson, Fernando Záchia, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Maria Celeste, Paulo Brum e Sofia Cavedon. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Aldacir Oliboni, Clênia Maranhão, Estilac Xavier, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Pedro Américo Leal, Raul Carrion e Sebastião Melo. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias das Atas da Qüinquagésima Terceira e Qüinquagésima Quarta Sessões Ordinárias e das Atas da Décima Sétima e Décima Oitava Sessões Solenes que, juntamente com a Ata da Qüinquagésima Segunda Sessão Ordinária, foram aprovadas. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Cassiá Carpes, o Projeto de Lei do Legislativo nº 139/02 (Processo nº 2335/02); pela Vereadora Clênia Maranhão, o Pedido de Informações nº 167/02 (Processo nº 2388/02); pelo Vereador Fernando Záchia, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 011/02 (Processo nº 2398/02); pelo Vereador João Antonio Dib, o Projeto de Lei do Legislativo nº 144/02 (Processo nº 2451/02); pelo Vereador João Bosco Vaz, o Projeto de Resolução nº 085/02 (Processo nº 2247/02); pelo Vereador João Carlos Nedel, assinada pelo Vereador João Antonio Dib, Líder da Bancada do PPB, a Emenda nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 103/01 (Processo nº 1814/01), os Projetos de Lei do Legislativo nºs 137, 138, 149, 150, 151 e 152/02 (Processos nºs 2326, 2330, 2548, 2550, 2562 e 2568/02, respectivamente); pela Vereadora Maria Luiza, o Projeto de Lei do Legislativo nº 134/02 (Processo nº 2299/02); pela Vereadora Maristela Maffei, o Projeto de Lei do Legislativo nº 140/02 (Processo nº 2342/02); pelo Vereador Paulo Brum, 02 Pedidos de Providências; pelo Vereador Pedro Américo Leal, o Projeto de Lei do Legislativo nº 135/02 (Processo nº 2306/02); pelo Vereador Reginaldo Pujol, os Projetos de Resolução nºs 088 e 089/02 (Processos nºs 2324 e 2355/02, respectivamente). Também, foram apregoados os seguintes Ofícios, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre: de nº 501/02, encaminhando o Projeto de Lei do Executivo nº 052/02 (Processo nº 2490/02); de nº 502/02, encaminhando o Projeto de Lei do Executivo nº 053/02 (Processo nº 2491/02); de nº 524/02, encaminhando Veto Total ao Projeto de Lei do Legislativo nº 144/00 (Processo nº 1975/00); de nº 529/02, encaminhando Veto Total ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 004/02 (Processo nº 1127/02); de nº 545/02, encaminhando Veto Parcial ao Projeto de Lei do Legislativo nº 038/99 (Processo nº 1355/99); de nº 548/02, comunicando que se ausentará do Município no dia primeiro de agosto do corrente, a fim de participar de reunião com o Ministro de Estado de Ciência e Tecnologia, Senhor Ronaldo Mota Sardenberg, a ser realizada em Brasília - DF, para tratar de assuntos relacionados ao Centro de Excelência em Tecnologia Avançada - CEITEC. Ainda, foram apregoados os seguintes Requerimentos, deferidos pelo Senhor Presidente: de autoria do Vereador Haroldo de Souza, solicitando o desarquivamento do Projeto de Resolução nº 024/02 (Processo nº 0069/02); de autoria da Vereadora Maristela Maffei, solicitando o desarquivamento do Projeto de Lei do Legislativo nº 011/01 (Processo nº 0293/01); de autoria do Vereador José Fortunati, solicitando que o Projeto de Resolução nº 056/02 (Processo nº 0849/02) seja incluído na Ordem do Dia, nos termos do artigo 81 da Lei Orgânica Municipal; de autoria do Vereador Fernando Záchia, solicitando que o Projeto de Lei do Legislativo nº 094/02 (Processo nº (1626/02) seja incluído na Ordem do Dia, nos termos do artigo 81 da Lei Orgânica Municipal; de autoria do Vereador José Fortunati, solicitando a retirada de tramitação dos Projetos de Resolução nºs 081, 082, 083 e 087/02 (Processos nºs 2228, 2229, 2230 e 2300/02, respectivamente). Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nºs 430, 431, 432, 433, 477 e 495/02, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre. A seguir, o Senhor Presidente transmitiu mensagem do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, comunicando que, em razão de compromissos anteriormente assumidos, Sua Excelência não estaria presente na abertura dos trabalhos da presente Sessão. Também, o Senhor Presidente registrou o transcurso dos aniversários dos Vereadores João Bosco Vaz, João Antonio Dib e Sebastião Melo, nos dias dezesseis e vinte e quatro de julho, respectivamente, e felicitou a Vereadora Sofia Cavedon pelo seu aniversário, a ocorrer amanhã, procedendo à entrega, em nome da Mesa Diretora, de um cartão de felicitações a Sua Excelência. Ainda, o Senhor Presidente alertou que, com base na legislação vigente, não será permitido o uso, nas dependências do Plenário Otávio Rocha, de quaisquer peças de propaganda eleitoral, e os Senhores Vereadores deverão abster-se de emitir opiniões que possam ser consideradas como propaganda irregular. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Sebastião Melo abordou a questão do recolhimento e transporte de lixo em Porto Alegre, tecendo críticas ao Tribunal de Contas do Estado por não ter exarado pareceres técnicos referentes a representações interpostas por Sua Excelência sobre o assunto. Também, protestou contra a demissão, pelo Governo do Estado, de quatrocentos agentes de saúde que haviam sido contratados em caráter temporário para trabalharem no combate ao mosquito transmissor da dengue. A Vereadora Sofia Cavedon reportou-se ao pronunciamento do Vereador Sebastião Melo, salientando que o Governo Estadual agiu de acordo com a lei ao encerrar o contrato temporário com os agentes de saúde. Ainda, divulgou que a Câmara Municipal de Porto Alegre estará entregando o selo "Compromisso com a Criança e o Adolescente", distinção esta que tem como objetivo reconhecer a manifestação de solidariedade de pessoas físicas e jurídicas que contribuírem com o Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente - FUNCRIANÇA. O Vereador Adeli Sell analisou aspectos alusivos ao funcionamento de cooperativas de prestação de serviços, reconhecendo que estas instituições cumprem um importante papel junto à sociedade, desde que estejam devidamente constituídas e operem nos termos da legislação vigente. Também, acrescentou que o funcionamento de cooperativas irregulares prejudica a arrecadação tributária do Município, especialmente no que se refere ao Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISSQN. O Vereador Aldacir Oliboni afirmou que o Governo do Estado está agindo de acordo com a lei, no que se refere à contratação de agentes sanitários para o combate ao mosquito transmissor da dengue, enfatizando que estes cumpriram um contrato temporário de trabalho de seis meses. Ainda, acrescentou que o Rio Grande do Sul e, em especial, Porto Alegre apresentam baixos riscos de ocorrência de casos dessa doença e informou que, se houver necessidade, o Governo Estadual alocará mais recursos para financiar esse trabalho. O Vereador Luiz Braz criticou a atuação do Executivo Municipal no que se refere à saúde pública, discursando sobre a falta de medicamentos em postos de saúde da Capital e citando como exemplo o caso de uma pessoa que, sofrendo de câncer, não conseguia obter, junto ao Poder Público, remédio para o seu tratamento. Também, narrou contato mantido com Senhor Joaquim Kliemann, Secretário Municipal de Saúde, ocasião em que solicitou a Sua Senhoria uma solução para esses problemas. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 2ª Sessão, os Projetos de Resolução nºs 087 e 061/02, este discutido pelo Vereador João Carlos Nedel; em 3ª Sessão, os Projetos de Resolução nºs 039, 040, 078, 082, 083, 086 e 081/02, este discutido pelo Vereador João Carlos Nedel, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 127, 128 e 122/02, este discutido pelos Vereadores João Carlos Nedel e Adeli Sell, os Projetos de Lei do Executivo nºs 047, 048 e 049/02, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 285/01, discutido pelo Vereador João Antônio Dib. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Fernando Záchia registrou ter solicitado que o Projeto de Lei do Legislativo nº 094/02 (Processo nº 1626/02), de autoria de Sua Excelência, seja incluído na Ordem do Dia, nos termos do artigo 81 da Lei Orgânica Municipal. Nesse sentido, argumentou sobre a importância dessa proposta, a qual prevê o parcelamento de dívidas decorrentes de multas de trânsito no Município, ressaltando que a implementação dessa proposta amenizará a situação de pessoas que desejam quitar seus débitos, mas se encontram em dificuldades financeiras. Na ocasião, o Vereador Juarez Pinheiro formulou Questão de Ordem relativa ao cumprimento dos preceitos regimentais que versam sobre a proporcionalidade de representação partidária na constituição de comissões especiais, solicitou manifestação da Mesa Diretora quanto à regimentalidade da indicação, nos termos do Requerimento nº 066/02 (Processo nº 1484/02), dos integrantes da Comissão Especial destinada a apreciar o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 001/02 (Processo nº 0692/02), que dispõe sobre o Departamento Municipal de Previdência dos Servidores Públicos do Município de Porto Alegre e formulou Requerimento verbal, solicitando a declaração de nulidade da coleta de assinaturas já realizada para esse fim, tendo o Senhor Presidente informado que essas questões seriam encaminhadas à apreciação da Procuradoria da Casa. Ainda, o Vereador Sebastião Melo solicitou informações sobre a existência de Requerimento solicitando que o Projeto de Lei do Executivo nº 023/02 (Processo nº 1237/02) tramite em regime de urgência, tendo o Vereador Marcelo Danéris manifestado-se a respeito. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Pedro Américo Leal, discorrendo sobre a atual situação econômica do Brasil, analisou a dispensa de quarenta e quatro mil soldados das Forças Armadas, asseverando tratar-se de medida inédita nesse cenário e salientando que os referidos soldados ainda não haviam cumprido o período regulamentar de serviço militar obrigatório. Também, questionou o futuro da economia do País, instando sejam as próximas eleições uma oportunidade para mudar os rumos políticos do Brasil. O Vereador Haroldo de Souza, referindo-se ao período em que esteve licenciado desta Casa para atuar na cobertura jornalística dos jogos da Copa do Mundo de Futebol, discorreu sobre as atividades desenvolvidas por este Legislativo durante o recesso parlamentar. Também, leu e apoiou manifesto intitulado "Pela liberdade de imprensa e pelo Estado de Direito", publicado no jornal Zero Hora de vinte e seis de junho do corrente, de autoria do cientista político Denis Rosenfield e outros profissionais que defendem a liberdade de imprensa dos órgãos de comunicação. O Vereador Raul Carrion noticiou a participação de Sua Excelência em solenidade promovida por integrantes do Partido Popular Socialista - PPS - do Município de Gravataí - RS, em que os mesmos se desfiliaram desse partido e comunicaram intenção de ingressar no Partido Comunista do Brasil - PC do B. Ainda, protestou pela dispensa de quarenta e dois mil soldados que estavam cumprindo o serviço militar obrigatório, analisando o significado desse fato para a segurança das fronteiras do País, da região Amazônica e da Base de Alcântara. A Vereadora Clênia Maranhão registrou sua apreensão quanto à situação dos postos de saúde da capital, afirmando a ineficiência dos mesmos no atendimento à população carente, o que é devido, segundo Sua Excelência, à falta de recursos materiais, de profissionais especializados e de medicamentos. Também, abordando os direitos do consumidor, analisou decisão do Prefeito Municipal de Porto Alegre, de recorrer à Justiça contra a regulamentação da Lei do Troco para os parquímetros, aprovada nesta Casa no ano dois mil. O Vereador Ervino Besson, reportando-se aos pronunciamentos que abordaram a situação dos postos de saúde do Município, questionou a não-implementação, pelo Executivo Municipal, da Lei Municipal n° 7075/92, que instituiu o Banco Municipal de Remédios. Ainda, asseverando tratar-se de iniciativa que não gerará despesas para a Prefeitura Municipal de Porto Alegre, convocou a população para que sejam encaminhados medicamentos ao gabinete de Sua Excelência, a fim de que os mesmos sejam utilizados nesse Banco. O Vereador Cassiá Carpes, referindo-se a pronunciamento anteriormente feito por Sua Excelência, saudou o afastamento do presidente do Partido Trabalhista Brasileiro - PTB, Senhor José Carlos Martinez, do comando da campanha do Senhor Ciro Gomes à Presidência da República. Também, salientou a necessidade de que o Ministério Público e o Tribunal Regional Eleitoral exerçam a devida fiscalização do cumprimento da legislação eleitoral, alertando para a necessidade de que haja equilíbrio financeiro das campanhas para as próximas eleições. O Vereador Luiz Braz, analisando a atuação do Partido dos Trabalhadores à frente do Governo Municipal, questionou o funcionamento da estação de reciclagem de derivados de plástico, bem como do Pólo Industrial, ambos localizados no Bairro Restinga. Ainda, abordando a situação dos postos de saúde do município e a escassez de recursos financeiros, questionou a validade dos investimentos financeiros nas instalações da estação de reciclagem de plástico e do pólo industrial da Restinga. O Vereador Marcelo Danéris contraditou as críticas apresentadas ao Governo Municipal durante a presente Sessão. Também, falando sobre as políticas administrativa da Prefeitura Municipal, citou Relatório da Organização das Nações Unidas - ONU, no qual Porto Alegre é referida como cidade-modelo, devido à participação e fiscalização popular das obras do Governo através do Programa de Orçamento Participativo, aos investimentos em habitação, saúde, educação e ao cumprimento do Estatuto da Criança e do Adolescente. O Vereador Carlos Alberto Garcia discorreu sobre a ampliação da linha de táxi-lotação que faz o trajeto Bairro Belém Velho, saudando a implantação e extensão desse serviço até o Hospital Parque Belém. Ainda, agradeceu a ação do Executivo Municipal, da Empresa Pública de Transporte e Circulação - EPTC - e da Associação dos Transportadores de Lotação, que viabilizaram esse serviço, salientando os benefícios que tal medida acarretará ao acesso de pacientes aos hospitais contemplados por esse novo trajeto. Às dezesseis horas e vinte e três minutos, constatada a inexistência de quórum, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convidando os Senhores Vereadores para a Sessão Solene a ser realizada a seguir. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Carlos Alberto Garcia, João Carlos Nedel, Paulo Brum e Aldacir Oliboni e secretariados pelo Vereador Paulo Brum. Do que eu, Paulo Brum, 2º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelos Senhores 1º Secretário e Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Queremos informar que, no dia de ontem, o Prefeito João Verle entrou em contato conosco informando que não poderia estar presente na abertura da Sessão de hoje em função de compromissos assumidos em Brasília sobre assuntos ligados à Ciência e Tecnologia e que estaria acompanhado dos Reitores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e da PUC. Ao mesmo tempo, desejou bom trabalho, boa abertura dos trabalhos neste segundo semestre a todos os Vereadores e Vereadoras.

Queremos registrar também que, no mês de julho, no dia 16, o Ver. João Bosco Vaz esteve de aniversário, e no dia 24 de julho, o Ver. João Antonio Dib e o Ver. Sebastião Melo. Amanhã, dia 2 de agosto, estará de aniversário a nossa Ver.ª Sofia Cavedon.

Ver.ª Sofia Cavedon, gostaria que V. Ex.ª recebesse das mãos do Ver. Paulo Brum o reconhecimento e a gratidão dos Vereadores e gostaria de cumprimentá-la pelo seu aniversário. (Palmas.)

Queremos também lembrar a todos os Vereadores e Vereadoras, cumprindo a legislação eleitoral a que estamos subordinados em função da TVCÂMARA, que não são permitidos: o uso de buttons, adesivos, propaganda política, ou pronunciamentos, de qualquer partido.

Pedimos a colaboração de todos, Vereadores e Vereadoras, assessores de Bancadas e demais funcionários que trabalham dentro do recinto do plenário.

Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra em Comunicações. Ausente. O Ver. Sebastião Melo está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente em exercício, Ver. Carlos Alberto Garcia, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, estamos reiniciando os trabalhos do segundo semestre e, com certeza, Ver. João Dib, muitos assuntos de importância para a nossa Cidade continuarão sendo debatidos e, conseqüentemente, deliberados. Gostaria, dos tantos assuntos que tenho para tratar nesta tribuna, até porque, no mês do recesso, muitos assuntos se acumularam, de destacar duas questões. A primeira é que nós, depois de muita insistência com o Tribunal de Contas do Estado, conseguimos obter repostas a algumas representações que fizemos, ainda no ano de 2001, Ver. Paulo Brum, envolvendo a questão do recolhimento e do transbordo do lixo de Porto Alegre. Considero que os questionamentos levantados são extremamente graves, porque envolvem uma relação complicada entre os administradores e a empresa que, até há pouco, recolhia o lixo de Porto Alegre - a empresa Cores - e que ainda faz o transbordo do lixo. Depois de três representações, de uns quinze telefonemas e de alguns ofícios, depois de termos aprovado na nossa Comissão, porque as repostas do Tribunal não podem ser para a figura individual do Vereador, mas apenas para uma Comissão ou para o Plenário, conseguimos arrancar do Tribunal de Contas uma resposta. A resposta nos deixou estarrecidos: as representações feitas, chanceladas pelo Ministério Público, foram inconclusas pelo corpo técnico do Tribunal. Aí fico a me questionar, Ver. João Antonio Dib, como este Tribunal de Contas gosta de botar esses “prefeitinhos” do interior na cadeia. Basta ter um negócio no interior do Estado que o Tribunal de Contas está lá para mostrar a sua força. Mas, quando se trata, Sr. Presidente, das prefeituras grandes, especialmente da Prefeitura de Porto Alegre, aí não há absolutamente nenhuma vontade de averiguar as graves denúncias que nós levantamos sobre esta matéria. Por isso eu não tenho outro caminho: vou representar perante a Mesa Diretora, porque o Tribunal de Contas não pode, na minha avaliação, sonegar esse tipo de informação; o Tribunal de Contas não pode, na minha avaliação, deixar de fazer uma inspeção quando o seu Presidente determinou, quando foi ratificada pelo Ministério Público. Nós achamos que isso é de uma profundeza muito grande, e eu quero aqui ressaltar que me parece que é muito mais uma questão do corpo técnico do Tribunal de Contas do que a questão dos senhores conselheiros. Eu não tenho tempo, mas neste um minuto não posso deixar de enunciar: presenciamos aqui, hoje, e participamos, na Comissão de Saúde, de uma reunião extraordinária convocada pelo Ver. Dr. Goulart e pelos seus membros, por proposição deste Vereador, com mais de uma centena de funcionários demitidos. Vejam que contradição: o dinheiro da dengue vem, e eles o usam para comprar prédio que até hoje não foi reformado, eles o usam para comprar caminhonetes que eu não sei por onde andam. Demitiram quatrocentos funcionários, e a Prefeitura vem aqui, junto com o Governo, dizer que o mosquito da dengue está aí. A gente vai ao site do Ministério da Saúde e vê o dinheiro que está vindo com essa finalidade carimbada. O Governo do Estado vai lá e demite os servidores de ponta que trabalharam e que apenas conseguiram fazer uma cobertura de 20% das residências de Porto Alegre, quando o próprio boletim da Prefeitura está atestando que há o mosquito em Porto Alegre, que há a probabilidade de que em 50% dos bairros da Cidade haja o mosquito da dengue. Esta é a velha contradição daquele que tem um discurso a favor do social, a favor da saúde, a favor do emprego. Mas que governicho, hein? Que governicho que governa de costas para a saúde, para a educação! Esta é a dura realidade que nós estamos a presenciar: o discurso favorável à saúde, mas favorável à saúde, Sr. Presidente, para comprar o tapete vermelho, o vidro fumê, o prédio bonito. Mas o dinheiro lá para a ponta, Ver. Aldacir Oliboni, ele realmente é só no discurso, porque, na prática, o dinheiro vai para o prédio e não vai para pagar os agentes de saúde. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sr.as Vereadoras, seria engraçado se não fosse triste a contradição do Ver. Sebastião Melo, que se está especializando em denúncias vazias e quer que o Tribunal de Contas as leve a sério e se paute por suas denúncias. Mais, está-se caracterizando, como me dizia um fiscal da SMIC, em ajudar a criar confusão, em ajudar a dificultar, a complicar a forma de administrar Porto Alegre. Viu-se isso na situação dos camelôs. Ninguém é insensível à situação social de desemprego, mas incitar à confusão e dificultar a ação da Prefeitura é incongruente com a crítica que ouço de V. Ex.ª e de outros Vereadores, que acham que o Centro tem que ter ordem, tem que estar organizado, tem que estar viável, tem que estar apresentável e ser de novo devolvido à Cidade.

Agora, de novo, com os agentes de saúde. A ação contra a dengue é uma ação temporária; com esse caráter é que eles foram contratados. Tenho certeza de que o Governo está fazendo o que é legal e o que é necessário, e não podemos tratar essa situação dessa maneira. Fica muito estranho para a sociedade, inclusive, entender uma crítica feita desse jeito, porque parece que a gente mascara a verdade ao dizer que os funcionários foram demitidos, quando foram feitos contratos temporários para uma força-tarefa, por determinado período.

Então, é complicado fazer esse tipo de crítica e não ter o contraponto aqui. Quero deixar isso muito claro: aceitamos e achamos importante para a democracia, para o bom administrar da Cidade, a crítica, a oposição, mas não dessa forma, que está, na verdade, vindo contra a população e a direção e uso da verba pública.

Quero aproveitar ainda esse período de Comunicações para dizer que a Câmara de Vereadores, a partir de um projeto que encaminhei no ano passado e que esta Casa aprovou, está agora com um selo que vai ser concedido às pessoas físicas e jurídicas que depositam no FUNCRIANÇA. O significado que tem o FUNCRIANÇA, o significado que tem a Câmara reconhecer esse ato de solidariedade é muito importante para a cidade de Porto Alegre, uma cidade que tem uma rede forte e engajada de trabalho com a criança e com o adolescente; são quatrocentas entidades que têm seu vínculo, que estão inscritas no Conselho Municipal da Criança e do Adolescente e que têm ação nessa área, que dependem da ajuda de terceiros, de entidades e da ajuda da verba pública. A Prefeitura Municipal investe, coloca recursos no FUNCRIANÇA, tem inúmeros convênios com essas entidades, mas nós sabemos que essa verba não é suficiente, que o FUNCRIANÇA é um fundo que é gerenciado pelo Conselho Municipal da Criança e do Adolescente, que, por meio de editais oferta, oportuniza uma verba extra para essas entidades e com isso elas melhoram os seus espaços físicos, compra alimentos, compram brinquedos, material pedagógico para atender a criança no horário extraclasse, para atender a criança de zero a seis anos em creche, para atender portadores de deficiências. O FUNCRIANÇA é um instrumento muito importante, mas um instrumento que pode ser muito mais forte. É pouco ainda o conhecimento que a sociedade de Porto Alegre tem sobre a possibilidade de ser descontado do Imposto de Renda, por exemplo, e deixar o imposto aqui em Porto Alegre e ser investido na área da criança e do adolescente. A Câmara vai entregar o selo, “Compromisso com a Criança e com o Adolescente”, que é um selo que foi criado pela gente, agora em setembro. Nós estamos em plena campanha de criação do selo; todas as escolas já estão mandando os desenhos para a nossa assessoria da Câmara e a partir de um desenho escolhido é que o pessoal da arte gráfica vai escolher a arte do selo.

É importe essa contribuição que o Legislativo está dando. Ontem eu acompanhei um café da manhã do BANRISUL que se engajou na campanha do FUNCRIANÇA; todas as agências do BANRISUL têm metas, assim como a meta de ter mais clientes, a meta de atender melhor, vai ter a meta de divulgar e de vender essa idéia de depósito no FUNCRIANÇA. Há uma coincidência de iniciativa e de vontade política que, para a nossa alegria, transcende os partidos políticos e que com certeza vai dar bons frutos para o financiamento das ações na Cidade em prol da criança e do adolescente. Todos os Vereadores já fiquem prevenidos, nós, em setembro, estaremos dando o selo “Compromisso com a Criança e o Adolescente” a todas as empresas e a todas as pessoas que colaboraram.

Essa campanha do BANRISUL certamente vai trazer muitos depósitos, muitas contribuições, será uma grande festa da criança e do adolescente.

Eu acho que é isso, o Legislativo faz as leis e ele tem o compromisso de cobrar que elas aconteçam. É importante que nós acompanhemos e tornemos as leis vivas, para que esse selo não seja apenas mais um diploma que iremos conceder, ou um prêmio que nós iremos conceder.

O selo “Compromisso com a Criança e o Adolescente”, eu espero que, logo, logo esteja nos produtos das empresas de Porto Alegre, que seja uma marca do compromisso social dessas empresas com a nossa Cidade, um compromisso que expresse a solidariedade que é característica da cidade de Porto Alegre. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Valdir Caetano está com a palavra em Comunicações. Ausente. O Ver. Adeli Sell está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, inicia-se o trabalho do 2.º semestre Legislativo com pendências e mais pendências do 1.º semestre que temos que levar adiante. Eu, pelo menos, não interrompi nenhuma das minhas ações, pelo contrário, porque as atividades parlamentares não se fazem apenas na tribuna, nas Sessões e nem apenas nas Comissões.

Eu quero voltar, aqui, ao tema das falsas cooperativas. Há um Deputado na Assembléia Legislativa que está se tornando especialista em defender cooperativas, mas ele defende qualquer cooperativa. Nós defendemos as boas cooperativas, as honestas, as transparentes e que não enganam as pessoas. As que enganam as pessoas nós levamos à Comissão de Economia, Finanças e Orçamento para o debate. Nós tivemos uma audiência com o Delegado Regional do Trabalho, que nos prometeu dar retorno, a não ser que tenha chegado na Comissão e não tenha sido passado para nós, não houve nenhum retorno. Esse Delegado não responde a nenhum Ofício, a nenhuma denúncia que nós fazemos. A leitura que eu posso fazer é que ele está e é conivente com esse tipo de ilegalidade. Dias atrás, eu recebia um grupo de garçons aqui nesta Casa que foram ludibriados por um sujeito que montou uma cooperativa, mas, de fato, ele retira um pró-labore de 2 ou 3 mil reais, os garçons, de vez em quando, fazem um evento, e aqueles que reclamam não entram no rodízio do trabalho. As boas cooperativas, ah, sim, essas nós vamos defender! Inclusive, trouxemos aqui na Tribuna desta Casa, por exemplo, a Corece, que é uma cooperativa ligada aos ex-funcionários da CEEE, que é um exemplo. Essa sim que é uma boa cooperativa, foi fiscalizada pela DRT. Alguma coisa está errada nisso, alguma coisa estranha está acontecendo! Falsas cooperativas... Inclusive uma lá da Zona Norte ganhou recentemente uma licitação nos Armazéns Gerais. O cidadão tem uma ficha-corrida que faz inveja a esses narcotraficantes, e ele ganhou uma licitação! Claro, recém fundou uma cooperativa, está com a documentação legal, ganha uma licitação, agora, nós vamos ter que repensar. O problema é que a Lei das Licitações, de nº. 8.666, é complicada, é a Lei do menor preço, mas ela não coloca alguns ingredientes em que nós devemos pensar: quantos e quantos reais não estão entrando nos cofres da Prefeitura? Quanto nós estamos deixando de arrecadar de ISSQN? Inclusive nos acompanham aqui os companheiros da Secretaria de Finanças do Município, e nós temos essa preocupação, da evasão fiscal. Agora, nós cobramos desta tribuna, educadamente, mas diligentemente, do Delegado Regional do Trabalho, que ele nos responda. Eu desconto, inclusive, a forma mal-educada como ele me tratou pessoalmente, por preconceito político-partidário, quando fizemos uma visita a ele. Isso é um problema dele, eu não entro nessa arena, eu quero é respostas para as denúncias que eu tenho feito a ele, sistematizadas, sobre as falsas cooperativas, que estão enganando os trabalhadores! Porque as empresas que trabalham bem... Por exemplo, recentemente, a DRT colocou os seus fiscais no Projeto Pescar, porque estaria explorando pessoas. Ora, pelo que eu sei é um projeto que está formando mão-de-obra. Agora, para isso se coloca fiscal, mas em cima das falsas cooperativas que enganam os trabalhadores não há fiscalização.

Nós vamos levar adiante esse processo de debate à sociedade, indicando às pessoas que cuidem das cooperativas que entram, porque hoje elas são empresas “laranjas”, para fazerem falcatruas, para não pagarem tributos e para enganarem trabalhadores e não pagarem os benefícios sociais. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, público que nos assiste pelo Canal 16, hoje, no reinício dos nossos trabalhos, após um mês de recesso, podemos afirmar que, de fato, a população de Porto Alegre - quando nós mantemos contato pessoal - diz claramente para nós que acompanha, diariamente, as atividades dos Vereadores. Por isso, nós, preocupados com o que aqui apresentamos, damos retorno à comunidade não só dos projetos que apresentamos, mas das atividades que desenvolvemos em Porto Alegre. E, hoje, já no primeiro dia, como membros da Comissão de Saúde e Meio Ambiente, recebemos uma demanda da comunidade - trabalhadores da saúde -, sobre a contratação emergencial, a contratação temporária feita no período em que foi implementado o programa para a erradicação da dengue. Isso é, aqui em Porto Alegre era sabido que havia a possibilidade de termos o mosquito transmissor da dengue e por isso foi colocada, foi defendida pelo Governo do Estado, através de um Projeto Autorizativo, a contratação de quatrocentos Agentes de Saúde, para se fazer a averiguação se de fato havia o risco de dengue aqui em Porto Alegre, e em diversos Municípios do Estado. Através dessa Lei, o que hoje foi esclarecido na Comissão de Saúde, o Governo do Estado cumpriu exatamente o que era previsto, isto é, a contratação dos quatrocentos profissionais por seis meses, e foram dispensados, quando se completaram os seis meses. Não havia outra alternativa a ser feita senão dispensar esses trabalhadores. É importante que se diga que o Estado do Rio Grande do Sul e Porto Alegre não correm esse risco, até porque o índice aqui constatado é de 0,48% e após 1% é que se tem o risco da possibilidade de se contrair a doença.

É importante também que se diga que esses trabalhadores, durante esse período, não só contribuíram com a política de prevenção à saúde, mas se expuseram a inúmeros sacrifícios. E sabemos muito bem que – e por isso temos de valorizar a ação desenvolvida por eles – em muitos locais não conseguiram chegar, não por falta de interesse, mas porque muitas casas ficam abandonadas e muitos moradores, às vezes, têm restrições em abrir as portas de suas casas para que os agentes de saúde façam as averiguações.

Também julgamos importante dizer que nós não corremos risco e, portanto, é de extrema importância que esses servidores tenham a sua função cumprida como igualmente nós, como Poder Público, podemos contribuir com a sociedade, através da ação desenvolvida pelas Secretarias municipais de saúde, como a de Porto Alegre, com seus cento e oitenta agentes, como as dos municípios que aderiram a esse Programa.

Queremos salientar também que os recursos para esse Programa não param por aí, poderão ser complementados e, de uma certa forma, reativados na medida em que os riscos possam ocorrer.

De outra forma, sabemos que inúmeros outros programas foram aqui defendidos e um deles, inclusive, aprovado há dois meses nesta Casa, que foi a reestruturação do HPV e os mais de duzentos cargos da rede básica de Porto Alegre. Então, esses servidores, uma vez chamados para esse concurso público, também estão fazendo a sua função na idéia de poder prevenir e melhorar o atendimento médico em Porto Alegre e no Estado do Rio Grande do Sul. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Almerindo Filho está com a palavra em Comunicações. Ausente. O Ver. Luiz Braz está com a palavra em Comunicações por cedência de tempo do Ver. Antonio Hohlfeldt.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Paulo Brum, Srs. Vereadores, Sr.as Vereadoras, senhoras e senhores, existe uma preocupação, Ver. Haroldo de Souza, que não é nova, mas acontece que ela deve cada vez mais estar presente em nosso meio: a falta de medicamento nos postos de saúde.

Eu ouço aqui um Vereador da bancada petista vir a esta tribuna e dizer que está tudo sob controle, que as coisas estão bem, que aqui em Porto Alegre ninguém precisa se preocupar com absolutamente nada.

Eu recebi hoje no meu gabinete uma pessoa que fez aquele processo normal, quando se precisa de um medicamento especial para se conseguir junto à Secretaria de Saúde do Estado – todas as pessoas que precisam de medicamentos especiais e que não podem adquirir esses medicamentos, existe uma obrigatoriedade do Estado em fornecer a essas pessoas esses medicamentos, isso em várias áreas. Essa pessoa que compareceu lá no meu gabinete, hoje, compareceu porque, depois de muita insistência, de voltar muitas vezes até a Secretaria da Saúde, ela teve uma negativa, porque não existe o medicamento que ela precisa. Ela não pode combater o seu grande mal, que é um câncer, porque a Secretaria da Saúde não possui o medicamento, está em falta o medicamento, já faz tempo que está em falta esse medicamento, e a Secretaria da Saúde até agora não fez a compra de um medicamento chamado Zolatex. Eu fui ver quanto custava esse medicamento em uma farmácia normal: 463 reais, alguns comprimidos desse medicamento Zolatex! É claro que para uma pessoa extremamente pobre, como é o caso dessa pessoa que hoje nos procurou, ou pediu para alguém nos procurar com a sua receita, é claro que é impossível, impraticável que ela possa ir até uma farmácia e gastar 463 reais para comprar esse medicamento chamado Zolatex. O cidadão pobre aqui em Porto Alegre - devido a essa má-gestão na Administração Pública, com relação à saúde e também as outras áreas, mas principalmente com relação à saúde -, está condenado a morrer, sabendo que existe um medicamento que poderia impedir a sua morte, mas o Estado, que seria obrigado a repassar para ele esse medicamento, simplesmente diz que não possui no seu estoque o determinado medicamento e também não está preocupado em comprar.

Há alguns dias, não faz muito, faltou Interferon entre os medicamentos fornecidos pelo Estado; agora está faltando Zolatex. Vejo as pessoas vinculadas a esse Partido do Governo virem à tribuna e dizer que está tudo bem, que está tudo sob controle - mas que bem é esse, que sob controle, quando, na verdade, não existe assistência às pessoas mais pobres desta Cidade? Estou falando de um medicamento especial que custa 463 reais e de uma pessoa que não pode comprar esse medicamento para combater um mal que é o câncer. Mas sei de vários medicamentos que são de uso contínuo para que as pessoas combatam ou, pelo menos, controlem os seus males, medicamentos esses que também não são encontrados nos postos de saúde do nosso Município.

Eu falei com o Dr. Joaquim Kliemann, Secretário da Saúde, dizendo que faltavam medicamentos nos postos de saúde em Porto Alegre e que as pessoas estavam morrendo à mingua por falta de medicamentos. Ele disse, Ver. João Dib, citando-me um dado de 1999, que em 1999 o Governo do Município havia empregado 9 milhões de reais para compra de medicamentos, e ele pensou que, de repente, eu fosse um desconhecedor do Orçamento de Porto Alegre e por isso mesmo iria me entusiasmar com esse gasto de 9 milhões de reais para poder suprir de medicamentos os postos de saúde. Mas eu devolvi a ele outra cifra: naquele ano de 1999 a Administração Pública deste Município gastou 13 milhões de reais com propaganda nos meios de comunicação. Treze milhões de reais são treze vezes mais do que gasta a empresa que mais emprega dinheiro em propaganda aqui no Rio Grande do Sul. Assim, nós vamos ouvindo dessas pessoas que está tudo bem em Porto Alegre, que está tudo sob controle, que aqui as pessoas estão ótimas, morrendo à míngua por falta de medicamentos nos postos de saúde. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Encerramos o período destinado às Comunicações.

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

2ª SESSÃO

 

PROC. 1087/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 061/02, de autoria do Ver. Paulo Brum, que concede o troféu Honra ao Mérito ao Senhor Mario Fernando Degani.

 

PROC. 2300/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 087/02, de autoria da Mesa Diretora, que altera a Resolução nº 1.559, de 22-08-2001, que institui estágio curricular para estudantes de estabelecimentos de ensino médio e superior na Câmara Municipal de Porto Alegre.

 

3ª SESSÃO

 

PROC. 0311/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 039/02, de autoria do Ver. Dr. Goulart, que concede o prêmio literário "Érico Veríssimo" ao Escritor Sérgio Conceição Faraco.

 

PROC. 0312/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 040/02, de autoria do Ver. Dr. Goulart, que concede a Comenda Pedro Weingärtner a Danúbio Villamil Gonçalves.

 

PROC. 2002/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 122/02, de autoria do Ver. Adeli Sell, que dispõe sobre o licenciamento do comércio e prestação de serviços de produtos ópticos e afins no Município de Porto Alegre.

 

PROC. 2103/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 078/02, de autoria do Ver. João Antonio Dib, que concede o título honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao Senhor Francisco Paulo Sant'Ana.

 

PROC. 2114/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 127/02, de autoria do Ver. Estilac Xavier, que denomina Rua Altos da Amapá um logradouro público não-cadastrado, localizado no Bairro Vila Nova.

 

PROC. 2144/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 047/02, que autoriza a alienação de imóvel sito no acesso da Estrada das Quirinas, 777, Bairro Belém Novo, Porto Alegre, matriculado no Registro de Imóveis da 3ª Zona, sob o nº 96.130, e dá outras providências.

 

PROC. 2145/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 048/02, que autoriza a alienação de imóvel sito na Rua Aneron Correa de Oliveira, 183, Matrícula 27.967 do Registro de Imóveis da 3ª Zona, de Porto Alegre, e dá outras providências.

 

PROC. 2146/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 049/02, que autoriza a alienação de próprio municipal localizado entre as Ruas Desembargador Esperidião Lima Medeiros e Gen. Nestor Silva Soares, passagem de pedestre nº 03 do Loteamento Três Figueiras.

 

PROC. 4240/01 - SUBSTITUTIVO Nº 01, que autoriza o Poder Executivo a implantar quatro postos de atendimento à saúde 24 horas, distribuídos nas áreas de maior densidade populacional, nas zonas Norte, Sul, Leste e Oeste do Município, ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 285/01, ambos de autoria dos Vereadores Dr. Goulart e Maria Luiza Suarez.

 

PROC. 2157/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 128/02, de autoria do Ver. Beto Moesch, que dispõe sobre a proibição de queimadas no Município de Porto Alegre e dá outras providências.

 

PROC. 2228/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 081/02, de autoria da Mesa Diretora, que institui comissão temporária denominada Comissão Técnica de Assessoria Urbanística, cria cargos em comissão de Assessor Técnico Especial no Quadro de Cargos em Comissão e Funções Gratificadas da Câmara Municipal de Porto Alegre e dá outras providências. Com Emenda nº 01.

 

PROC. 2229/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 082/02, de autoria da Mesa Diretora, que institui a Gratificação de Incentivo à Produtividade aos funcionários da Câmara Municipal de Porto Alegre, detentores de cargos para cujo provimento não seja exigida escolaridade de nível superior completo e dá outras providências.

 

PROC. 2230/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 083/02, de autoria da Mesa Diretora, que cria cargo no Quadro de Cargos em Comissão e Funções Gratificadas da Câmara Municipal de Porto Alegre e dá outras providências.

 

PROC. 2264/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 086/02, de autoria da Mesa Diretora, que institui, na Câmara Municipal de Porto Alegre, quota básica mensal de custeio a materiais, serviços e periódicos para uso das Comissões Permanentes e dá outras providências.

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, da dezena e meia de Projetos que estão na Pauta de hoje, um deles me chamou atenção especial. Hoje, pela manhã, eu ouvia na Rádio Guaíba o Dr. Paulo de Argollo Mendes, Presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul, e o que eu ouvi do Dr. Paulo, hoje pela manhã, me leva a pensar no Projeto apresentado pelo Ver. Dr. Goulart e pela Ver.ª Suplente Maria Luiza Suarez. Na verdade, eles estão querendo, num Substitutivo, que, durante 24 horas, quatro postos de saúde do Município venham prestar atendimento à população necessitada, cada um numa zona da Cidade, Zona Norte, Zona Sul, Leste, teriam postos que funcionariam durante 24 horas. Mas ouvindo o Dr. Paulo, hoje, acho que a campanha que temos de fazer não é por postos de saúde 24 horas, mas é apenas por postos de saúde funcionando. Dizia o Presidente do Sindicato Médico, com a sua responsabilidade de médico e de Presidente de sindicato de classe, que há ambulatórios que não têm pias para que os médicos e auxiliares de enfermagem lavem as mãos. Dizia o Dr. Paulo, com a sua responsabilidade de médico, mais do que qualquer coisa, médico, que os exames ginecológicos eram realizados com as mulheres nuas, sem que lhes dessem uma toalha para se cobrir ou sem que recebessem um lençol para serem cobertas.

Então, precisamos fazer com que os atuais postos de saúde funcionem. Dizia ele, com sua autoridade de médico, que os ambulatórios não têm remédios. E a Prefeitura tem muito dinheiro! Enquanto isso, remédios essenciais à vida dos munícipes, como é o caso dos antipsicóticos e anti-hipertensivos, que são remédios baratos, mas que têm uso continuado e indispensável, a Secretaria da Saúde diz que é natural que faltem. Então, não precisamos de um posto de saúde funcionando 24 horas: precisamos de um posto de saúde funcionando mesmo, tendo remédios para os munícipes, porque a Prefeitura tem muito dinheiro, porque a Prefeitura recebe 350 milhões de reais, ou mais, por ano, do SUS. Enquanto isso, os servidores municipais não têm remédios, e a população também não tem remédios.

Então, não precisamos de um posto de saúde funcionando 24 horas. Que funcione oito horas, mas que realmente funcione nessas oito horas, distribuindo remédios para os necessitados. Não estou falando de remédios - como falou aqui o Ver. Luiz Braz - de quase 500 reais, estou falando de remédios que são muito baratos, mas que são de uso contínuo e indispensáveis. E a Prefeitura teima em deixar o dinheiro no sistema bancário rendendo juros e não dá o remédio para os munícipes. Mas recebe 350 milhões de reais do SUS, recebe outras contribuições, por intermédio do Ministério da Saúde, além de todo o sistema hospitalar aqui, que é mantido pelo Governo Federal. E a Prefeitura não faz a sua parte, que seria colocar 13% do seu Orçamento na saúde dos munícipes. A Prefeitura está devendo!

Portanto, eu acho que antes de posto funcionando 24 horas, nós vamos ter de fazer funcionar os postos, porque esses não estão funcionando. E é vergonhoso que uma cidade que pretende ter a melhor qualidade de vida do País - em 14 anos, ganhou duas vezes esse título - ainda faça com que os seus munícipes não tenham remédios, enquanto os banqueiros são alimentados, recebem dinheiro para ser aplicado a juros de 1,5%, emprestando para os próprios servidores do Município, no cheque-forte, a 10% ao mês. Saúde e paz! Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, na primeira reunião após o recesso, temos vários Projetos em Pauta. Mas um, Ver. Paulo Brum, nos diz respeito muito de perto. É o Projeto de autoria de V. Ex.ª que concede o troféu Honra ao Mérito ao Sr. Mario Fernando Degani. Mario Fernando Degani é uma pessoa que coloca à disposição da sociedade os seus talentos solidários. Ele é o Diretor do Hospital da AACD, que trabalha com crianças deficientes, e faz um trabalho de recuperação muito forte. O Mário lá coloca os seus talentos para prestar auxílio àquelas crianças que tanto precisam. São pessoas dessa estirpe, dessa qualidade, desse talento de solidariedade que a sociedade está precisando e temos que transbordar a todos esses bons exemplos. O Mário é um bom exemplo que dignifica a pessoa e que merece esse troféu de Honra ao Mérito, que a Câmara, certamente, aprovará por unanimidade, pelos bons serviços que essa pessoa tem prestado à comunidade.

O meu colega Adeli Sell coloca em Pauta Projeto que “dispõe sobre o licenciamento do comércio e prestação de serviços de produtos ópticos em Porto Alegre.” É um Projeto extenso, detalhado, aparentemente burocratizado e de extremas exigências. Entendo que o Ver. Adeli Sell está preocupado com a proliferação de camelôs que vendem óculos na cidade de Porto Alegre. E, aí, ele regulamenta todo um serviço de prestação de benefícios à sociedade que, no meu entendimento, dando uma olhada breve no Projeto, detalha profundamente todas essas condições para o comércio de produtos ópticos, de lentes de contato, de óculos, que, certamente, será apreciado com muita atenção por esta Casa.

 

O Sr. Adeli Sell: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. João Carlos Nedel, fico muito satisfeito ao ver V. Ex.ª comentar este Projeto. Diria que, mais do que atenção, nós precisamos é ter urgência, porque não podemos mais continuar a compactuar com uma situação em que algumas pessoas fazem absolutamente tudo direito, dentro das normas, obedecem a todas as leis, enquanto outros não fazem nada disso e acabam, portanto, prejudicando o bom comerciante, a boa óptica, e, com isso, não podemos compactuar.

Sei que V. Ex.ª é um parceiro nessa luta contra a ilegalidade. Muito obrigado.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Eu estava dizendo, Ver. Adeli Sell, que me preocupa se o Projeto não faz muitas exigências burocráticas. Essa é uma preocupação, porque V. Ex.ª sabe bem que nós, na Comissão de Economia, Finanças e Orçamento, estamos tentando agilizar as inscrições, as regulamentações de empresas instaladas em Porto Alegre para que venham para cá se instalar, pagar impostos e dar emprego à nossa sociedade que tanto precisa disso.

Também está em Pauta um Projeto de Resolução da Mesa Diretora que institui a Comissão Temporária denominada Comissão Técnica de Assessoria Urbanística, que cria cargos de assessor técnico especial. Essa Comissão Técnica é extremamente necessária para reavaliar o Plano Diretor de Porto Alegre. É justamente a Comissão que vai receber o tão esperado plano viário, o plano de transportes viários da nossa Capital, há dois anos atrasado. Então, nós, da Câmara, precisamos aprovar essa Comissão Técnica Especial para acompanhar de perto a atualização do nosso Plano Diretor e também do plano viário de Porto Alegre tão ansiosamente esperado. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, eu pretendo discutir com V. Ex.as o Projeto de nossa autoria que dispõe sobre licenciamento do comércio e prestação de serviços de produtos ópticos e afins em nosso Município.

O Ver. João Carlos Nedel já comentava e eu pedi um aparte. Como hoje iniciei o debate aqui nas Comunicações falando do mundo das ilegalidades, eu me referia às falsas cooperativas, que de forma acintosa, afrontam as leis trabalhistas do País, fazendo com que as boas cooperativas sucumbam e acabem ficando, no imaginar da população, com essa mesma imagem das falsas cooperativas. Não, há boas cooperativas e há péssimas cooperativas. Há cooperativas corretas e outras que agem incorretamente.

No comércio, nós vemos comerciantes que tratam de cumprir toda a legislação, mas nós também sabemos que outros a descumprem sistematicamente.

No caso das ópticas, nós temos que ter muitos cuidados. Eu até já dizia, dias atrás, que um próprio funcionário desta Casa me alertava que tinha ido a uma óptica fazer uma troca de lentes, disse que queria a mesma lente e deu o nome da lente, porque assim ele a havia comprado. E, nessa óptica, um óptico responsável disse: “Não, mas essa lente não é assim, essa é uma lente de uma qualidade inferior”. Nós precisamos, em cada óptica, como nós temos nas farmácias, de um responsável. No caso das ópticas, é necessário um técnico em óptica responsável.

Eu anexei a esse Projeto, meus caros colegas Vereadores, um conjunto de leis - estadual e federal - para que pudessem compreender exatamente o que pretendemos. E, como se trata de um licenciamento local, que é dado tanto pela SMIC como pela Saúde, nós, os Vereadores, podemos legislar sobre esse tema, porque nós fazemos legislação complementar à federal e estadual, e o licenciamento é uma atividade municipal; portanto, nós temos toda a possibilidade legal de legislar sobre esse tema.

Nós, inclusive, verificamos que uma marca famosa – e como as marcas famosas enganam – abre, por meio de franquias, empresas que se travestem de ópticas, mas, na verdade, vendem qualquer quinquilharia e não têm responsáveis técnicos.

No bojo dessa discussão, nós estamos vendo também que muitas ópticas que trabalham, principalmente, com anéis, brincos, colares, enfim, com jóias, também estão sendo prejudicadas, não só naquele setor óptico, por outra óptica que não tem responsável, mas por aquilo que eu denunciei aqui, também, que são as “sacoleiras de luxo”. E eu descobri que uma dessas personas, famosa na nossa Cidade, anuncia em revistas famosas, com telefone celular, e há uma meia dúzia de empresas registradas no seu nome; só que a investigação continua. E eu não vou descansar antes de colocar essa situação em pratos limpos. Ou seja, toda empresa que trabalha com a mesma questão, com o mesmo produto, deve ser isonômica, ou seja, se um paga o outro deve pagar, como fiz com os flats e apart hotéis. São meios de hospedagem, prestam serviço de hotelaria, portanto, devem pagar o mesmo que hotel. Felizmente, essa é uma lei que se espalha pelo Brasil, e eu tive a graça e a felicidade de ser o seu autor. E também espero que, com essa minha contribuição às ópticas, possamos, a Câmara, fazer escola no País. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para discutir a Pauta. Ausente. Encerrado o período de Pauta. O Ver. Fernando Záchia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, eu ingressei com pedido de regime de urgência para um Projeto de minha autoria que possibilita o parcelamento de multas de trânsito em até quatro parcelas, e discorri sobre diversas razões para isso, não a respeito do mérito do Projeto, que, para mim, parece essencial. Há uma dificuldade financeira para serem pagos os valores altos das multas que são definidos pelo DENATRAN, pelo Conselho Nacional de Trânsito, e, com relação a esses motoristas que são reconhecidamente infratores, mas que estão absolutamente sem condições de pagar, parece-me que o parcelamento poderia minimizar essa dívida. Mas o que me traz à solicitação do regime de urgência é que, na semana passada, vendo os jornais da Cidade, havia dois editais: um Edital de Notificação da Prefeitura Municipal - EPTC -, e outro Edital de Notificação do DETRAN. Somando esses dois editais, teremos a soma de aproximadamente mil veículos. O que dizem esses Editais? Que até o dia 6 de agosto de 2002 estão convocando os proprietários dos veículos para tratarem da retirada desses veículos do depósito da EPTC, sob pena de serem leiloados, conforme preconiza a legislação vigente; antes, porém, deverão quitar os débitos de multas, taxas de licenciamento e seguro obrigatório.

Esses dois Editais somam mil veículos. São mil veículos que foram, por diversas razões, por diversos motivos, multados, continuaram circulando pela cidade de Porto Alegre, numa situação irregular, porque não tinham pago o débito de suas multas e foram recolhidos de circulação pelos agentes, pelos azuizinhos, tudo conforme preconiza a lei.

Mas, em virtude da dificuldade financeira que os proprietários desses veículos enfrentam, que, na sua grande maioria, precisam desses veículos para a sua sobrevivência - porque são profissionais autônomos, são vendedores, trabalham, necessariamente, com esses veículos, que são um instrumento de trabalho -, foram recolhidos os carros porque eles não pagavam as suas multas, sendo levados para o depósito da EPTC, aguardando que esses proprietários pudessem regularizar a situação.

Se nós olharmos os anos de fabricação, vamos constatar o que para mim foi absolutamente surpreendente. Evidentemente, existem carros antigos, mas temos carros ano 2000, ano 2001, 99, 98, 97, carros quase novos ou carros novos.

Mas, tendo em vista o somatório, a dívida, a dificuldade financeira que esses proprietários têm, os carros estão indo a leilão, conforme dizem esses dois editais de notificação.

Não é justo que um proprietário que precise do seu carro, que é seu patrimônio para trabalhar, vá ser prejudicado por uma dificuldade financeira, que todos nós passamos, mais especificamente ele, porque, se ele é um vendedor, depende do seu carro e está com o seu carro recolhido, certamente não poderá exercer com a mesma produtividade a sua atividade profissional, e, em conseqüência disso, não terá o mesmo recebimento financeiro para que possa quitar essas dívidas. Por não ter essa condição, essa pessoa está sujeita a perder o seu patrimônio.

Por isso, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores aqui presentes, eu quero justificar por que eu pedi urgência nessa matéria. O quanto antes nós pudermos ter essa matéria amplamente discutida e votada pelo conjunto dos Vereadores - e, espero, aprovada -, mais nós poderemos estar facilitando a situação dessas pessoas. Somados os dois editais, dá mais de mil veículos citados aqui no jornal. Aí, eles vão ter a condição de parcelamento. Se um proprietário deve, hoje, mil reais e não tem condição de fazer esse pagamento, e, demorando a retirar o seu carro, mais aumenta a sua dívida, porque ele paga diária lá do depósito como se fosse um hotel, ele, no parcelamento, vai poder pagar, em vez dos mil reais em um único pagamento, quatro pagamentos de 250 reais. É bom pela justiça que se possa fazer, é bom para o Executivo Municipal, porque não está arrecadando - e esses carros estão circulando em situação ilegal - e começará a ter, por meio do parcelamento, o recebimento desses valores.

Por isso, Ver. Haroldo de Souza, e Ver. Paulo Brum, que está ansioso, este Vereador solicitou urgência para essa matéria, para que nós possamos votá-la o quanto antes. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, uma Questão de Ordem com fundamento no art. 63, § 4.º, do Regimento.

Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sr.as Vereadoras, na ocupação de cargos, aqui na nossa Casa, de acordo com o Regimento, seja na Mesa, seja nas Comissões Permanentes ou nas Comissões Especiais, se utiliza, nos artigos 13, 31 e 63, § 4.º, o critério da proporcionalidade partidária. No que tange à Mesa, conforme art.13, caput, o critério da proporcionalidade dos partidos ou blocos partidários. No artigo 31, que trata das Comissões Permanentes, a representação proporcional dos partidos, e, nas Comissões Especiais, a proporcionalidade partidária, somada ao o limite de um terço dos membros da Câmara. No caso da Mesa são seis cargos, e, respeitando o critério da proporcionalidade partidária, que é dada pelo caput do art. 13, a criação de novas Bancadas, a partir da Bancada do PL, não alterou a composição da Mesa, porque o critério é de proporcionalidade e não de número de Bancadas; a mesma coisa acontece nas Comissões Permanentes, que fala em representação proporcional dos partidos. Não houve alteração com a formação das novas Bancadas, que, inclusive, nós defendemos, no caso da Bancada do PL, e a mesma coisa aconteceria nas Comissões Especiais, porque o critério é da proporcionalidade partidária, ou seja, do número de membros de cada Bancada e não do critério do número de membros de Bancadas constituídas nesta Casa, legitimamente.

Então, Sr. Presidente, no Proc. n.º 1.484, o Ver. João Antonio Dib requereu uma Comissão Especial para apreciar o PLCE n.º 001/02, que dispõe sobre o PREVIMPA e disciplina o regime próprio da previdência social dos servidores do Município de Porto Alegre, na modalidade púbica. O que ocorreu, Sr. Presidente - e aí o meu Requerimento - é que na coleta de assinaturas foram coletadas treze representações, quando o Regimento diz claramente no § 4.º do art. 63 que o número de membros da Comissão Especial é de um terço dos membros da Casa.

O nosso questionamento é no sentido da legalidade, da regimentalidade dessa coleta e o nosso pedido à Mesa é para que aprecie essa matéria.

Requeremos que seja anulada essa coleta de assinaturas, porque viola o art. 63, § 4.º. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): A Mesa recebe o Requerimento de V. Ex.ª e encaminha à Procuradoria da Casa para parecer.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, um pedido de esclarecimento, estou em busca e não consegui, e por isso me dirijo à Mesa: gostaria de saber da Diretoria Legislativa se para aquele Projeto referente aos 13 milhões da Carris foi pedido novamente o art. 81, quem é o autor do pedido e se, efetivamente, foi pedido. Gostaria que a Mesa nos informasse ainda nesta Sessão, por favor.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Nós pediremos esclarecimentos à Diretoria Legislativa.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS: Sr. Presidente, só para ajudar nos trabalhos da Mesa em relação à Diretoria Legislativa, queremos informar que nós não pedimos mais o art. 81. Então, em princípio, ele deve estar na Comissão de Orçamento e Finanças, depois da última diligência. Nós não pedimos e não pediremos.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Pedro Américo Leal está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o que há com o Brasil? É a pergunta que paira na Nação inteira. O que se passa com o dólar? Estamos perplexos, esse Governo, segundo propagava, ia tão bem! Era o Governo das demonstrações, dos passeios ao exterior. O que se passa com o Brasil? Eu, como nunca apoiei o Governo de Fernando Henrique Cardoso durante estes oito anos, estou muito à vontade para, agora, abordar com grande mágoa esse assunto. Uma charge ilustrou e eternizou num jornal gaúcho uma medida extrema. O chargista foi genial. Todos os chargistas em geral estampam naquilo que transmitem, na obra que fazem, pois a charge é uma bofetada. É uma frase. O chargista tem de exprimir num lance tudo o que vai na sua alma, e esse foi genial: ele colocou um mendigo e, ao lado dele, um militar com o capacete, pedindo esmola. É o Brasil de hoje. Quarenta e quatro mil soldados foram dispensados, a priori, do serviço militar, em julho, quando deveriam ficar até novembro, e saíram em lágrimas, lamentando-se, porque amam a caserna, queriam seguir a carreira modesta que segui também. Senti dentro de mim uma revolta; não senti pena: senti revolta por um governo que não sabe terminar, não sabe acabar, não sabe se despedir, porque improvisou uma série de trapalhadas nesse tumulto que caracterizou o seu final enviando a pior das mensagens.

Logo a tropa, onde estão as pessoas mais modestas, pois o militar é um homem pobre, homem que não tem recursos além do soldo. Esses brasileiros fardados ostentam o melhor conceito nacional, dito por todos os órgãos de imprensa. A Presidência da República terminou com a Casa Militar, terminou com o Ministério do Exército, com o Ministério da Marinha, com o Ministério da Aeronáutica, terminou com tudo de farda. Acho até graça quando se referem à Casa Civil. Que Casa Civil é essa se não existe Casa Militar? Sim, terminou com o País.

Quarenta e quatro mil jovens, em prantos, deixaram a carreira das armas onde iam tentar chegar a um ideal. Como recurso, vão procurar seguir atalhos, por bibocas para irem ao curso de sargento das armas em Minas Gerais, compensando a falta que vai ter a caserna na trilha de vida deles. Qual há de ser o meu espírito, eu que tinha uma cama melhor no quartel do que em casa? E não tenho vergonha de dizer isso: minha cama no quartel era melhor do que a que eu tinha em casa. O Exército me fez, assim como a esses jovens que iriam também se fazer através do Exército, da Marinha, da Aeronáutica, das Forças Armadas. E a Presidência da República, por incompetência, por inabilidade, ou, talvez, por desprezo, fez o que fez, com os homens de farda.

Quinze mil gaúchos não têm emprego, não sabem para onde vão, não sabem o que vão fazer de suas vidas. Assistimos, na televisão, aparvalhados, a cenas de jovens, dezoito anos, chorando porque queriam ficar. Ganham muito? Não! Ganham pouco, como eu ganhava. Ganham 175 reais agora; eu ganhava 23 cruzeiros no mês todo. Isso foi o que fizeram.

O que esse Governo quer mais, o que ele quer fazer? Viver de farolagem, presidente de festejos em faculdades estrangeiras. Constatamos que não há Brasil; o Brasil pedindo esmola no FMI, de pires na mão; hoje, aos Estados Unidos, foi uma comissão, adeptos de outros Partidos já foram para lá. O que eles querem? O que fizeram do Brasil? O Brasil é riquíssimo e, no entanto, somos pobres. Por que somos pobres? O povo é pobre? Por que, se o País é rico? Aqui não há tempestades, furacões, tornados, não tem coisa alguma. Aqui, plantando dá. Colhemos de tudo e nada dá certo aqui. Por quê? Há alguma nação que nos subjuga? Vamos colocá-la para fora. De uma vez, vamos reagir!

Nós precisamos de dirigentes e precisamos buscá-los, votar bem. Precisamos votar bem, muito bem, para nos livramos dessas traças, desses indivíduos que, como caramujos se apegam nas rochas, atrasam e nos chupam como sanguessugas humanas. Temos que nos livrar deles. A pátria tem de se ver livre dessa gente.

Foram embora quarenta e quatro mil homens! A minha revolta é absoluta.

Escrevi tanta coisa que não li. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, estive ausente o mês de junho todo em função de acompanhar as emoções da fantástica Copa do Mundo que foi realizada ali, do outro lado do mundo, buscando as emoções do futebol. Mesmo estando do lado de lá, fiquei magoado porque fiquei sabendo que aqui alguém procurava ou pensou até em cassar o meu mandato de Vereador em Porto Alegre, porque eu teria viajado e não comunicado à Casa, quando tudo estava providenciado. Essas maldades! O mundo caminha por esse lado.

As pessoas gostam de ser más, as pessoas gostam de praticar aquela palavra chamada inveja. Não é por aí! Nós precisamos ter o coração aberto para fazermos alguma coisa pelas pessoas e não procurar atravancar a vida das pessoas.

Eu tenho minha carreira, com muito orgulho, de locutor esportivo e amanhã ou depois, seja eu o que for na política, estarei abandonando sempre - eu estou dizendo de coração -, estarei ausente, sempre, um mês das minhas atividades políticas para servir àquela profissão que eu abracei há 38 anos, que é narrar futebol e participar de Copa do Mundo. Com muito orgulho, nove copas do mundo eu já realizei; são 36 anos de Copa do Mundo. Eu sei que aquelas pessoas, aquela pessoa ou seja lá quem for que tentou uma coisinha daqui outra coisinha daqui, são muito pequenas de espírito. E quando eu disse daqui e de lá que alguém estava latindo aqui, eu quero dizer agora pessoalmente aqui que aqueles latidos pouco me atingiram do lado espiritual a não ser da minha preocupação de cabeça, nada mais que isso.

Hoje, nós estamos inaugurando um novo dia de Plenário: a quinta-feira à tarde - uma alteração que eu pedi a esta Casa, mas para resolver é preciso que todos nós que estamos fazendo política tenhamos na nossa cabeça que é preciso trabalhar, sim. E mesmo em época de campanha eleitoral nós precisamos nos esquecer dos nossos partidos porque eles - todos - são absolutamente iguais; centro, direita, esquerda, socialista, todos são absolutamente iguais sem tirar e nem por. Então, por favor, vamos parar com a vaidade humana dentro da política para que nós possamos fazer alguma coisa, do contrário não vamos fazer absolutamente nada.

Até quando nós vamos discutir, nesta Casa, o assunto previdência? Até quando? Até quando essas pessoas que estão envolvidas nesse caso precisam vir aqui correr de gabinete em gabinete para pedir assinatura para formação de Comissão, não sei lá mais do que, desse envolvimento, dessa burocracia que atravanca e que não anda? E a CPI da habitação? Está parada. Não vai funcionar mais agora porque todos nós estamos em campanha política? Estou vendo aqui o Plenário. Um Plenário de 21 Vereadores presentes quando nós somos 33. Onde estão os demais? No final do mês vêm e recebem, ali, na agência do BANRISUL, todos. Eu não sei de nenhuma notícia de alguém que por não trabalhar não vai ali buscar o seu dinheiro; vai. Agora, trabalhar aqui, eu vi nas reuniões representativas, foram poucas pessoas presentes durante o mês do recesso, eu estive presente em várias delas aqui; Ver. Fernando Záchia, Ver. João Antonio Dib, Ver. Ervino Besson, Ver. Beto Moesch.

Gente, é preciso que na política nós deixemos de lado as ideologias partidárias, os partidos; devemos deixar de lado isso. Porque se nós trouxermos para cá esses interesses, a cada vez que um Vereador apresenta um projeto, se ele não é de uma outra bancada, aquela bancada vai boicotar, não vai votar a favor e perde com isso a sociedade. Vamos deixar essas pessoas que nos procuram esperando formação de Comissão não sei do que, subcomissão não sei do que, e comissão, e comissão? E a coisa não anda. Eu estava viajando e não pude assinar um manifesto pela “Liberdade de Imprensa e pelo Estado de Direito”. Quero ler na íntegra - acho que ainda dá tempo - o manifesto que não assinei, mas que quero referendar publicamente. “Uma sociedade democrática baseia-se no pluralismo, na tolerância, no respeito às leis e no comprometimento como o bem-estar de todos os seus membros. Se seus pilares estão ameaçados, é todo o edifício que pode ruir. Há, portanto, coisas sobre as quais não se pode transigir sob pena de comprometermos o nosso futuro. O atual Governo tem pautado suas ações por uma longa série de perseguições e processos contra jornalistas e intelectuais.” Eu não vou ler o resto, porque sou uma das pessoas que são vigiadas permanentemente pelo Partido dos Trabalhadores. Quero dizer aqui, em alto e em bom som, que não vou me calar, e parem de “pegar no meu pé”! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. RAUL CARRION: Ex.mo Ver. Aldacir Oliboni, que preside os trabalhos, demais Vereadores, Vereadoras e todos os que nos assistem no dia de hoje, eu gostaria de dizer, em primeiro lugar, que não pude estar presente mais cedo nesta Sessão, pois estava acompanhando uma delegação de ex-membros do PPS que, na tarde hoje, manifestaram a sua decisão de se retirarem do PPS do Gravataí - toda a Direção Municipal de Gravataí, cerca de uma centena de filiados - e ingressarem, na quarta-feira, num ato político na Câmara Municipal de Gravataí, no nosso PC do B. Eles foram também manifestar a sua solidariedade, o seu apoio à Frente Popular na tarde de hoje. Eu estava nessa cerimônia, onde manifestaram que quando construíram o PPS tinham um ideal socialista e perceberam, depois, com o ingresso de todos os neoliberais do Governo passado, que eles estavam em uma situação que não condizia com a sua expectativa de luta e que buscavam, agora, no PC do B, a continuidade da sua militância em busca do socialismo, em busca de uma sociedade mais fraterna, de uma sociedade mais justa.

Em segundo lugar, eu queria dizer que vim acompanhando, essa semana, com preocupação, uma série de informações, e tivemos, no dia de hoje, em toda a imprensa, a informação de uma questão muito grave no campo da segurança, Ver. Ervino Besson, e, principalmente, Ver. Pedro Américo Leal. Porque às vezes encaramos a segurança somente sob um ponto de vista, numa perspectiva menor, paroquial, do ponto de vista importante também da segurança do cidadão; mas, hoje, estamos observando no Brasil uma coisa mais terrível: é a segurança da nossa Pátria, Ver. Haroldo de Souza, das fronteiras do nosso País, da nossa Amazônia, da nossa Base de Alcântara que está sendo entregue.

No dia de hoje o Exército Brasileiro está dispensando cerca de 80% dos conscritos, que queriam servir à Pátria, que queriam garantir a soberania deste País, isso fruto do descalabro da destruição do nosso País, que hoje é o segundo em descrédito mundial, que hoje é o segundo em maior número de desemprego. Ver. Pedro Américo Leal, e eu tenho certeza de que V. Ex.ª tem o mesmo sentimento de amargura, de revolta ao ver o atual Governo dispensar 80% dos efetivos do Exército Nacional pela incapacidade de pagar o soldo dos conscritos. Temos aqui. (Lê o jornal.) “Emoção e lágrimas marcam o adeus à caserna. Tristeza na despedida dos recrutas. Dispensa de quarenta e quatro mil homens, dos cinqüenta e dois mil convocados ao serviço militar obrigatório em todo o País.” Restaram-nos, portanto, oito mil conscritos para um país que tem 8,5 km2. O País já está entregue ao capital internacional, às multinacionais e agora, o mundo sabe, o Brasil está desprovido de Exército, porque este país chegou à ingovernabilidade total nas mãos dos neoliberais. Nós, do PC do B, Partido que, durante a ditadura militar, tanto sofreu nas mãos dos órgãos repressivos e do próprio Exército Nacional, quer, no dia de hoje, trazer a sua solidariedade ao Exército Brasileiro, que vem sendo destruído pelos neoliberais para tornar mais fácil a entrega da nação ao grande capital financeiro e ao “império do Norte”, que hoje já coloca as suas garras sobre a Base de Alcântara, para fazer dela uma base militar norte-americana no nosso País, onde sequer o Presidente da República poderá ingressar a não ser com a autorização norte-americana. Eu queria então, neste dia triste para a nacionalidade, deixar registrado o protesto do PC do B e a solidariedade do PC do B ao Exército Brasileiro, à Marinha e à Aeronáutica, que devem existir para defender a pátria, as fronteiras e a soberania do Brasil. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): A Ver.ª Clênia Maranhão está com a palavra para uma Comunicação de Líder pelo PPS.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, quero, inicialmente, fazer o registro de uma preocupação que, inclusive, já foi trazida aqui por outros Vereadores, nos trabalhos deste dia, que é a questão da enorme deficiência dos postos de saúde da nossa Capital, quer seja pela ausência de profissionais especializados, pela falta de recursos humanos - os profissionais em saúde, o conjunto das categorias da área de saúde -, ou ainda pela ausência de medicamentos, o que poderia resultar em prejuízo no atendimento às comunidades de baixa renda nos seus locais de habitação.

Na retomada dos nossos trabalhos neste período parlamentar, seguramente por intermédio da Comissão de Saúde da Casa, vai-se recolocar o debate, para que possamos contribuir para a diminuição da situação de infortúnio, de abandono e de absoluta angústia que vive a maioria das populações de Porto Alegre, quando tem de recorrer ao deficiente sistema de saúde do nosso Município.

A segunda questão que gostaria de compartilhar com as Sr.as Vereadoras e os Srs. Vereadores é um debate que, inclusive, ocupou a imprensa nos últimos tempos, relativamente à decisão tomada pela Prefeitura de Porto Alegre, por seu atual Prefeito, João Verle, que recorre à Justiça para que a Prefeitura não cumpra uma lei aprovada por esta Casa: a que se refere à questão dos parquímetros. Quero lembrar às Sr.as Vereadoras e aos Srs. Vereadores que essa Lei, que foi publicada em 30 de abril e que nunca foi cumprida pela Prefeitura, mesmo antes de a Prefeitura ter recorrido à Justiça, é mais uma das leis que esta Casa aprova - e aprova a partir da sintonia que tem com a demanda da sociedade –, que o Prefeito veta, que retorna a esta Casa para debate, quando nós fazemos prevalecer a vontade da população, e o Sr. Prefeito não se conforma com a decisão do Parlamento. Eu queria explicitar um pouco melhor para aqueles que nos estão ouvindo pela TVCâmara: eu me refiro à Lei aprovada por esta Casa, de um Projeto de Lei de minha autoria, que procura dar aos usuários dos parquímetros aquilo que os porto-alegrenses que usam o transporte urbano já conseguiram, que é a Lei do Troco. A Lei do Troco para os parquímetros permitiria que os seus usuários não fossem penalizados pelo fato de não terem a moeda exigida pela máquina autorizada pela Prefeitura. Na nossa avaliação, essa seria a garantia de um direito básico dos consumidores. Mas, neste momento, nós estamos aguardando o pronunciamento da Justiça e a atuação da Procuradoria desta Casa. Esperamos chegar a bom termo para que os direitos dos consumidores sejam garantidos e para que os motoristas de Porto Alegre não sejam multados quando, ao tentar estacionar seus carros em Área Azul, no momento do pagamento, a máquina não lhes permite a troca da moeda ou da nota que eles possuem para pagar o que é cobrado pela Prefeitura aos usuários, que são os motoristas da Capital. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Ervino Besson está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, há pouco, nesta tribuna, nós tivemos o pronunciamento dos Vereadores João Antonio Dib, Luiz Braz e da Ver.ª Clênia Maranhão a respeito da falta de medicamentos nos postos de saúde da nossa Cidade.

Saiu uma ampla reportagem no Diário Gaúcho e no Jornal do Comércio sobre os medicamentos que as pessoas precisam no seu dia-a-dia. Elas vão aos postos e não os encontram.

Eu já falei, Sr. Presidente, por algumas vezes, nesta tribuna, e vou falar de novo: em 1991, este Vereador, no seu primeiro mandato, fez um Projeto criando o banco municipal de remédios. Naquela época, as pessoas, por intermédio de notícias nos jornais - não havia a TVCâmara -, foram informadas sobre a Lei. Uma pessoa trouxe à Câmara uma sobra de medicamentos da sua residência. (Mostra a foto.)  Eu entreguei, naquela época, ao Ver. Mano José, médico, grande Vereador, que encaminhou os medicamentos. Depois ele me deu o retorno dizendo, Ver. Pedro Américo Leal, que havia aproveitado 90% desses medicamentos. A prova está aqui na foto. Esse Projeto virou lei municipal, a Lei Municipal n.º 7.075.

Nobres colegas Vereadores, aquele foi um projeto simples, um projeto de reaproveitamento, com custo zero para os cofres públicos, porque há pessoas que têm medicamentos em sua residência e se, ou por felicidade, o paciente vier a melhorar e não mais utilizar, ou, por infelicidade, o paciente vier a falecer, o medicamento, em vez de ir para o lixo, será aproveitado. Tivemos a oportunidade de, em algumas visitas que nós fizemos aos lixões de nossa Cidade, verificar, com os nossos próprios olhos, a grande quantidade de medicamentos que é colocada no lixo. Agora estão os Vereadores denunciando, nessa tribuna, a imprensa também denunciando a falta de medicamentos nos nossos postos. Existe uma lei pela qual essa grande quantidade de medicamentos que vai para o lixo poderia ser aproveitada, a custo zero. E quantas pessoas poderiam aproveitar esse medicamentos, aliviar o seu sofrimento! A Lei existe, mas, meu caro Ver. João Antonio Dib, como V. Ex.ª se pronunciou várias vezes, não adianta fazer leis, e mas leis, e mais leis que não se cumprem. Essa é uma lei simples que o órgão competente poderia utilizar para que as pessoas que tenham medicamentos em suas casas os entreguem, para que eles sejam aproveitados.

Ao terminar este meu pronunciamento, quero pedir às pessoas que nos assistem pela TVCâmara, aos meus queridos amigos e amigas que têm medicamentos em suas residências que não são mais aproveitados, que os tragam até a Câmara Municipal, entreguem no meu gabinete ou entreguem na Comissão de Saúde aqui na Câmara Municipal. Nós vamos mostrar aqui nesta tribuna quantos medicamentos poderão ser aproveitados, porque cada posto tem um médico, uma pessoa responsável que poderá examinar esse medicamento para ver se ele tem ou não tem condições de ser aproveitado. Está aqui a Lei, está feito mais uma vez o meu pronunciamento. Espero, sim, que os órgão competentes se sensibilizem para que eles possam, via imprensa, via Secretaria, fazer uma ampla campanha para que esses medicamentos não mais sejam colocados no lixo e sim aproveitados, para amenizar o sofrimento da nossa gente. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, ontem, aqui, pedimos, neste microfone, o afastamento do Presidente Nacional do nosso Partido, José Carlos Martinez, do comando da campanha do candidato a Presidente Ciro Gomes.

Hoje, ficamos satisfeitos em saber que realmente houve esse afastamento e que o Ciro Gomes confia, agora, no seu irmão, porque se o seu irmão traí-lo, será a última oportunidade. Mas que só em afastar essa gente, só em afastar esses que o esperam, o povo do Paraná possa fazer justiça com o voto, afastando-os da vida pública brasileira e, mais do que nunca, afastando-os do nosso Partido. É por isso que nós queremos eleger, com uma votação maciça, para o Senado, Sérgio Zambiasi, para que possamos retomar essa sigla.

Também queremos dizer que o Ministério Público tem um compromisso muito grande conosco, com esta Câmara, onde irá fiscalizar, dar a orientação básica, dar uma noção à Porto Alegre sobre as denúncias que relatamos, através de uma audiência pública, nesta Casa, na Comissão dos Direitos Humanos e do Consumidor, das multas e do abuso da EPTC com os motoristas da nossa Cidade. Também o TRE terá outro trabalho que, no meu entender, é o de fiscalizar a campanha política, porque já há abuso político. Já há, visivelmente, Ver. Ervino Besson, neste Estado, alguma coisa que não está correta, parece que uns têm demais e outros têm de menos, não há um equilíbrio. E se vê pela rua o exagero econômico colocado nos postes desta Cidade.

Então, eu espero que o Ministério Público e o TRE, especificamente através da Lei Eleitoral, possa fiscalizar, porque existe, sem dúvida, um desequilíbrio muito grande. E aí vem aquela questão: será que nós não vamos apoiar, pensando com clareza, o financiamento público das campanhas eleitorais, para que possamos ter o equilíbrio? Que nem um candidato tenha favorecimento, ou poder econômico maior? É uma questão para ser discutida, porque da forma como está, notamos que há um desequilíbrio muito grande. E as ruas de Porto Alegre estão mostrando. Fala-se aqui, Ver. Ervino Besson, em falta de remédio, falta tudo em Porto Alegre. E isso a população começa a entender, porque quer mudança. Entender que o Poder Municipal, o Executivo Municipal não está cumprindo com as tarefas básicas da população porto-alegrense, e começa a empurrar para outros segmentos, nas esferas federais, aquilo que não pode e que tem o dever de fazer, através do SUS. Portanto, as coisas vão clareando para a população de Porto Alegre e para a população do Rio Grande do Sul, e nós vamos aqui denunciando, como oposição, aquilo que Porto Alegre parece que faz mas não faz; parece que resolve mas não resolve. E nesse aspecto a população vai sentindo que era um engodo, que era uma mentira, que há 13 anos ou mais, Porto Alegre está sendo enganada. Chega de enganar, tem que fazer, porque a população de Porto Alegre não agüenta mais esse tipo de Executivo que não cumpre aquilo que é sagrado para o povo brasileiro e para o povo porto-alegrense. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Queremos alertar os Srs. Vereadores que não é permitido manifestação de cunho político-partidário, visto que a nossa Televisão TV-Câmara, também é regida pelas mesmas leis do TRE. Portanto, pedimos aos nossos Vereadores que se detenham nas manifestações referentes apenas ao seu mandato de Vereador.

O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores, imaginem que Porto Alegre é uma cidade, Ver. Sebastião Melo, extremamente mal-administrada. Talvez V. Ex.ª não conheça, porque quando se fez aquela estação de reciclagem de plástico na Restinga, eu acredito que V. Ex.ª não havia assumido, ainda, o seu mandado aqui na Câmara de Vereadores. Mas há alguns anos, na época do então Prefeito Raul Pont, Ver. João Antonio Dib, talvez V. Ex.ª estivesse acompanhando o início da instalação daquela estação de reciclagem de plástico lá da Restinga. Para quem não conhece, fica lá no finalzinho, onde está agora o pólo industrial da Restinga ou aquilo que há 14 anos engana-se a população dizendo que existe um pólo industrial na Restinga e o que existe ali apenas são alguns empresários abnegados tentando, de alguma forma, sobreviverem sem uma estrutura melhor, dada por parte da Prefeitura Municipal. Mas lá no final dessa área, onde está instalado o pólo industrial da Restinga tem a estação de reciclagem de plástico ou deveria ter. Há alguns anos o município de Porto Alegre gastou na época dois milhões para instalar aquela estação para reciclar plástico. É um grande galpão, com algumas máquinas, talvez não tão modernas, hoje, mas algumas máquinas que custaram muito caro para o Município de Porto Alegre e essas máquinas funcionaram algum tempo, chegaram até a existir alguns contratos, que foram assinados entre aquela recicladora e algumas empresas. Mas logo em seguida, não demorou muito, foi só passar aquela propaganda, toda, que essa Administração costuma fazer, dizendo que nós tínhamos uma recicladora de plástico lá no pólo industrial – foi só passar aquela época de propaganda – e aí, fecharam as portas da recicladora de plástico e hoje, e já não é hoje, já é há bastante tempo, aquela estação de reciclagem de plástico não funciona mais. Tudo fechado, abandonado, o terreno criando mato, um guarda que está lá para evitar que, de repente, aquelas instalações cheguem ao final através de roubos ou de algum vândalo que queira invadir aquele prédio. Mas, nada mais do que isso. Lá está a nossa estação para reciclar plástico - que infelicidade! Um Município como Porto Alegre que poderia estar dando exemplo para outros municípios, e não faltou dinheiro. O dinheiro foi suficiente para comprar as máquinas, para construir aquele grande barracão onde estão as máquinas, mas não houve inteligência, não houve boa-vontade, não houve planejamento para que aquela estação de reciclagem de lixo pudesse estar funcionando até hoje. Infelizmente, vemos que é dinheiro público que está lá se perdendo. Infelizmente vemos que é dinheiro público que foi malgasto.

Comprovamos, hoje, uma pessoa que tem problemas com câncer, precisando de um medicamento, desses especiais, para fazer frente a sua doença, vai até o Estado que, simplesmente, diz que está faltando o medicamento. Enquanto faltam esses medicamentos nos postos de saúde, na Secretaria da Saúde, o Governo vai botando dois milhões fora há dois, três anos, simplesmente, para não fazer absolutamente nada. Para deixar um prédio trancado, abandonado, mostrando exatamente essa administração ruim, nefasta que, se Deus quiser, algum dia há de terminar para que a nossa sociedade possa ser melhor e mais feliz. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Marcelo Danéris está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, pessoas que nos acompanham aqui pela TV-Câmara, é importante registrar na nossa primeira Sessão, voltando do recesso, como não poderia deixar de ser diferente, que as lideranças assumem aqui e como sempre a Bancada do Partido dos Trabalhadores tem direito a 5 minutos frente a 10, 15, 20, 30 minutos de críticas legitimamente feitas pela oposição, mas democraticamente desequilibrado na resposta. o tempo entre a Liderança do PT e as lideranças dos dez partidos que compõem a oposição aqui na Câmara. Já havia feito uma proposta que eu acharia mais democrática, que tivéssemos a liderança de partido e a liderança de governo, aí passaríamos a ter 10 minutos e com isso daríamos conta do conjunto de assuntos que são trazidos aqui, alguns de forma muito séria, de forma muito responsável, e outros não, mas sendo sério ou não-sério é necessário que se dê a resposta para que o público não se engane.

É importante dizer para o público que nos assiste que não pode aceitar aqui da tribuna manchetes, manchete, não. O Ver. Cassiá Carpes veio aqui e disse que está tudo acabado em Porto Alegre. De que assunto ele trata? “Porto Alegre está toda destruída!” Mas onde, em que ponto, em que área está acontecendo isso? Mas é tudo manchete. “Porto Alegre não dá mais, Porto Alegre foi enganada!” Não, a população de Porto Alegre não se engana fácil, exatamente por isso que esse tipo de crítica de manchete não cola, não cola porque tem de haver conteúdo no que trazem aqui para esta tribuna. A população de Porto Alegre tem acompanhado, e não precisa se esforçar muito, o conjunto de obras que existem na nossa Cidade. Lembrem-se os senhores e senhoras que nos acompanham, antes diziam: “O PT só pinta calçada; paralelepípedo, pede para o PT pintar; o PT não faz grandes obras.“ Diziam eles. As obras estruturais sempre aconteceram na Cidade, mas agora elas são mais visíveis como a III Perimetral. O problema agora não é pintar paralelepípedo, agora têm obras demais. Vejam bem, há obras demais nesta Cidade. Deve haver um pouco mais de coerência nessa relação. Porto Alegre tem investido de maneira pesada na Cidade, e aí toda a população pode ver, participar e decidir junto com o Executivo através do Orçamento Participativo, fiscalizar lá na ponta se está acontecendo ou não está acontecendo, por que não está acontecendo e se está acontecendo, se está dentro dos prazos. Essa é a diferença da Cidade. E, aí, não é o PT que está dizendo. Quem diz isso é o relatório da ONU, que foi publicado em vários jornais dizendo que Porto Alegre é um modelo de participação popular.

Então, saibam todos que nos acompanham que não é opinião do PT, salvo se, na linha do Ver. Sebastião Melo, que diz que o Ministério Público é do PT, que o Tribunal de Contas é do PT. Hoje, de novo, o Ver. Sebastião Melo já insinuou que o Tribunal de Contas é petista. Agora, só falta dizer que a ONU é petista também. O Ver. Carrion está dizendo que a brincadeira, agora, é dizer que a ONU é do PT, era só o que faltava!

Mas a ONU, um órgão isento, mundial, ela diz, no seu relatório, abre um parágrafo para falar de uma cidade-modelo, e qual é a cidade-modelo que a ONU trata? Porto Alegre. Por que a ONU trata como cidade-modelo? Pelos níveis de saneamento, de tratamento de esgoto, pela participação popular, por investimentos nas áreas sociais; todos os cidadãos, cidadãs de Porto Alegre são testemunhas do quanto nós investimos em habitação, o quanto nós investimos em saúde; ainda na semana passada estive na Vila Elizabeth para a inauguração de mais uma unidade de saúde, dos tantos investimentos que têm na área da saúde, na habitação, na educação, na questão do menor, da criança em situação de rua, toda a questão de inclusão social, Porto Alegre é testemunha disso.

Então, ela não aceita mais o tipo da crítica manchetária, não é Ver. Estilac Xavier? Porto Alegre está mal, não existe mais isso, não existe mais aquilo, não! Vamos trazer assunto sério; a crítica séria, nós responderemos seriamente, porque obviamente temos muito o que fazer em Porto Alegre. Mas se trata, aqui, de um Governo que faz, efetivamente, e com responsabilidade responde aos anseios de uma cidade e de uma população. Essa é a forma que nós gostaríamos. Infelizmente o meu tempo acabou, são 5 minutos para tratar de assuntos que levariam 30 minutos, mas teremos uma forma mais democrática de tratar isso com o tempo de Liderança de Governo aqui na Câmara de Vereadores. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Srs. Vereadores, queremos lembrar que às 17h teremos uma Sessão Solene para a entrega do Troféu Lupicínio Rodrigues ao Grupo Impacto, num momento de descontração aqui na nossa Casa.

O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sr.as Vereadoras venho fazer um registro de uma luta que iniciamos em 1998. Há quatro anos ingressamos com um Projeto de Lei para que o Bairro Belém Velho pudesse ter uma linha de lotação e, após inúmeras negociações retiramos o Projeto e o Executivo ficou de fazer um estudo da viabilidade técnica da linha que, até então, chegava até o Hospital Divina Providência. Após inúmeras tratativas com a população, a EPTC juntamente com a Associação dos Transportadores de Lotação acordaram um antigo desejo da comunidade. Assim, o lotação Belém Velho está indo até o Hospital Parque Belém, o que representa uma conquista da região, uma conquista dos usuários do Hospital Parque Belém. E a totalidade dos Vereadores insiste e acha que o Hospital Parque Belém, sem sombra de dúvidas, é o hospital que pode transformar-se no hospital de pronto socorro da Zona Sul. Portanto, essa linha sendo ampliada - não é uma nova linha - até o Hospital Parque Belém, atende ao anseio da população, e este Vereador fica muito satisfeito, porque, durante quatro anos gestionou, lutou, entrou com um Projeto de Lei, retirou esse Projeto, acreditou no Executivo. E o Executivo, após fazer todas as análises, contempla aquela população com a ampliação dessa linha. Temos a certeza de que este benefício fará com que a população daquela região possa ser beneficiada em muito, principalmente os usuários, que são milhares, do Hospital Parque Belém. Então, de público, gostaríamos de fazer esse registro e agradecer ao Executivo, à EPTC e, principalmente, em nome da comunidade do Hospital Parque Belém agradecer por este serviço que está sendo implantado naquela região. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Visivelmente constatamos que não há quórum. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 16h23min.)

 

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